Garopaba rumo à economia e sustentabilidade: Audiência Pública discute PL da Compostagem
- Assessoria
- 25 de set.
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Na última quinta-feira (18/09), a Câmara Municipal de Vereadores de Garopaba realizou a Audiência Pública sobre o Projeto de Lei 92/2025, o PL da Compostagem, iniciativa do vereador Rodrigo Oliveira (PT-SC). Com a participação de moradores, especialistas, vereadores e entusiastas da sustentabilidade, o encontro debateu a possibilidade de transformar resíduos orgânicos em riqueza para o município. Imagine um cenário onde cascas de frutas, sobras de alimentos e podas de jardim deixam de ser "lixo" e viram adubo para nutrir hortas, recuperar áreas verdes e impulsionar a agricultura local. Esse é o futuro que Garopaba está começando a construir!
O que é o Projeto de Lei da Compostagem?
O PL 92/2025, apresentado pelo vereador Rodrigo Oliveira, propõe a criação de uma política municipal para a gestão inteligente de resíduos orgânicos. Em vez de enviar mais de 50% dos resíduos orgânicos sólidos, produzidos em Garopaba para o aterro sanitário em Biguaçu, o município vai tratá-los localmente, os transformando em adubo de alta qualidade. “À grosso modo, o que propomos é que Garopaba deixe de enviar seus resíduos orgânicos para o aterro e passe a tratá-los aqui, gerando uma nova cadeia produtiva”, destacou o vereador Rodrigo durante a audiência.
Por que a compostagem é um divisor de águas?
Santa Catarina produziu, entre 2023 e 2025, cerca de 1,2 milhão de toneladas de resíduos sólidos, dos quais 55% poderiam ser compostados. Em Garopaba, mais da metade dos resíduos orgânicos gerados em casas, restaurantes e pousadas é orgânico. Quando descartado de forma inadequada, esse material gera poluição e custos elevados. A compostagem, no entanto, oferece uma solução prática e sustentável.
“A compostagem é uma prática de manejo de resíduos orgânicos que reduz emissões de gases de efeito estufa, diminui gastos públicos e gera emprego e renda,” afirmou o deputado estadual Marquito (PSOL), que já aprovou uma lei semelhante na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
Além disso, a compostagem não só reduz custos com transporte e aterramento, mas também diminui a poluição do ar e fortalece a agricultura local, promovendo a criação de hortas urbanas e comunitárias e recuperando áreas verdes.
“Garopaba é referência em turismo e preservação. A compostagem é uma bandeira que reforça essa identidade,” destacou Tássio Bitello, que transformou seu hobby de compostagem em fonte de renda e hoje é empreendedor e defensor da prática. “Somos a prova viva de que dá certo. Só tem benefícios!”
Como o projeto será colocado em prática?
Acessível, o plano do PL da Compostagem propõe uma implementação gradual para envolver toda a comunidade:
Primeiros 24 meses: Órgãos públicos e grandes geradores, como restaurantes e hotéis, começarão a adotar a compostagem.
Próximos 36 meses: Condomínios e instituições serão integrados ao programa.
Até 48 meses: Todas as residências participarão, com a proibição do descarte de resíduos orgânicos em aterros, exceto em emergências.
Para facilitar a transição, o município oferecerá composteiras gratuitas, capacitações e centrais comunitárias de compostagem. André Vinicius Flores, presidente da Cooperativa de Trabalho em Terapias Integrativas e Complementares (Coptic), já está engajado: “Na minha casa, tenho uma composteira no pátio e convidei os vizinhos a usá-la. Com uma lei, isso se torna um compromisso coletivo”.
Um passado de desafios, um futuro de soluções
Renato Trivella, do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro), trouxe um panorama histórico para a discussão: “Nos anos 70 e 80, o Brasil tentou implantar usinas de compostagem, mas sem separação na origem, o resultado era um composto contaminado. Hoje, com métodos como o da UFSC, temos tecnologias que garantem um processo seguro e de qualidade para uso agrícola.” Essa evolução tecnológica, aliada à conscientização comunitária, faz de Garopaba um terreno fértil para o sucesso do projeto.
Benefícios que vão além do meio ambiente
A adoção da compostagem em Garopaba promete:
Redução dos resíduos sólidos orgânicos enviados aos aterros, aliviando a pressão sobre o sistema de coleta.
Economia financeira na gestão de resíduos, liberando recursos para outras áreas.
Produção de adubo para fortalecer a agricultura local e hortas comunitárias.
Geração de empregos verdes, com oportunidades para cooperativas de catadores e outros setores.
Educação ambiental, com programas nas escolas para inspirar as próximas gerações.
Douglas Dias Flores, que trabalha à frente do Composta Garopaba desde 2019, já transformou mais de 200 toneladas de resíduos orgânicos, garante o sucesso da prática: “Após alguns meses, o resultado é um fertilizante valioso, ideal para enriquecer o solo e promover a agricultura local, além de ser perfeito para uso em hortas e jardins pessoais”.
Como você pode fazer parte dessa transformação?
A Audiência Pública, que contou com a presença de vereadores como Atanásio Gonçalves Filho (MDB-SC) e Rogério Linhares (Podemos), foi apenas o começo. Agora, é hora de agir! Comece a compostar em casa – é mais fácil do que parece! Participe das audiências públicas, debates na Câmara Municipal, apoie cooperativas locais e compartilhe a ideia com amigos e vizinhos.



